terça-feira, 30 de julho de 2019

800 202 148

Por ser um crime público, a violência doméstica pode ser denunciada por qualquer pessoa. Existem várias linhas de apoio à vítima, entre as quais o 800 202 148, disponível durante todo o ano, 24 horas por dia. A chamada é gratuita.

Mais uma mulher barbaramente assassinada pelo marido/monstro.
Desta, na Madeira e dentro de um ritual "satânico "

Desenho de Picasso

domingo, 21 de julho de 2019



Lisboa
Digo:
«Lisboa»
Quando atravesso — vinda do sul — o rio
E a cidade a que chego abre-se como se do seu nome nascesse
Abre-se e ergue-se em sua extensão nocturna
Em seu longo luzir de azul e rio
Em seu corpo amontoado de colinas —
Vejo-a melhor porque a digo
Tudo se mostra melhor porque digo
Tudo mostra melhor o seu estar e a sua carência
Porque digo
Lisboa com seu nome de ser e de não-ser
Com seus meandros de espanto insónia e lata
E seu secreto rebrilhar de coisa de teatro
Seu conivente sorrir de intriga e máscara
Enquanto o largo mar a Ocidente se dilata
Lisboa oscilando como uma grande barca
Lisboa cruelmente construída ao longo da sua própria ausência
Digo o nome da cidade
— Digo para ver

Sophia M. Breyner 
1977
In Navegações, 1983

Fotografia tirada da Quinta de Almaraz, em Cacilhas

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Vida e morte do professor



Não matava mas amolentava, a vida de professor.
Com os anos, há 15 anos para cá, mata e amolenta . 
Recordo, que no fim de um terceiro período, as nossas caras ficavam de ar enlouquecido de cansaço, as batidas de coração por ansiedade e esgotamento levavam muitos ao hospital com crises de ansiedade. Mas pelo que sei e vejo, os colegas vivem atormentados entre aulas, exames e afogados em burocracia. Também têm doenças e têm que trabalhar numa profissão que não dá tréguas . AFOGADOS. E o afogamento mata.
Penso nos professores que perderam a vida e nos alunos que assistiram a essa perda.

Desenhos de Almada Negreiros

domingo, 14 de julho de 2019

Olhar, pensando que Deus ainda não acabou o mundo ...


"pela primeira vez em nossas letras contemporâneas os Açores acham um artista poderoso para os evocar, sensível para os amar, saudoso para os sentir ",

Escreveu Afonso Lopes Vieira , no prefácio de um livro de Vitorino Nemésio , Paço do Milhafre