sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
Eferméride... Aconteceu há 45 anos
"Coimbra, 28 de Fevereiro de 1969 - Violento tremor de terra, que segui calmamente deitado, à espera que me caísse o tecto da casa em cima. Talvez porque a agressão era impessoal, gratuita, irresponsável, apoderou-se de mim um sentimento de razão total, de inocência total, de indiferença total pelo que pudesse acontecer. Ficou apenas a curiosidade a observar o fenómeno. Ou então foi a certeza de que, se as coisas chegassem às do cabo, a hecatombe seria geral. Tão verdadeiro é em nós o apelo da manada, que até a morte em comum deixa de nos aterrar".
Miguel Torga, Diário XI, 37-38
(surripiado à amiga Zélia via FB)
Entretanto uma outra amiga deixou-me a edição do querido e saudoso DL.
Na Figueira da Foz, este tremor de terra sentiu-se de uma forma brutal.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Gratidão . O tributo será eterno.
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
domingo, 23 de fevereiro de 2014
Olhares nem sempre breves . Há tempo e espaço...
Há dias para tudo ou quase tudo. Uns mais do que outros...
Hoje foi dia de feira aqui para os meus lados.
Apostei nas flores e nos chocolates. Aos últimos, já os comi . Para as tulipas , olho-as com volúpia, são vermelhas.
As frésias, repousam noutro canto da casa, próximas da luz do dia e do sol que tarda em chegar, para poder cada um desvirginar os botõezinhos que meio envergonhados parecem ter medo de florir.
Entretanto oiço...
Pinturas de Terry Wise
Hoje foi dia de feira aqui para os meus lados.
Apostei nas flores e nos chocolates. Aos últimos, já os comi . Para as tulipas , olho-as com volúpia, são vermelhas.
As frésias, repousam noutro canto da casa, próximas da luz do dia e do sol que tarda em chegar, para poder cada um desvirginar os botõezinhos que meio envergonhados parecem ter medo de florir.
Entretanto oiço...
Pinturas de Terry Wise
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
"quando Augusto se torna ele próprio, a vida começa - e não só para Augusto: para toda a humanidade"
Seremos nós próprios, unicamente nós próprios, é algo de extraordinário.
Mas como chegar a isso, como alcançá-lo? Ah!, eis o truque mais difícil de todos. Difícil, precisamente, porque não envolve qualquer esforço. (...)
E eis que de repente lhe surgiu a ideia - tão simples! - que ser um Zé-ninguém ou ser Alguém ou ser mesmo toda a gente não o impedia de ser ele próprio. Se era realmente um Palhaço, então sê-lo-à sempre e sempre, desde a hora madrugadora do levantar até ao momento nocturno de fechar os olhos.
Excerto do livro O SORRISO AOS PÉS DA ESCADA, DE Henry Miller
Ilustrações de Frederico Rocha
Fotografia de Marcel Marceau
Mas como chegar a isso, como alcançá-lo? Ah!, eis o truque mais difícil de todos. Difícil, precisamente, porque não envolve qualquer esforço. (...)
E eis que de repente lhe surgiu a ideia - tão simples! - que ser um Zé-ninguém ou ser Alguém ou ser mesmo toda a gente não o impedia de ser ele próprio. Se era realmente um Palhaço, então sê-lo-à sempre e sempre, desde a hora madrugadora do levantar até ao momento nocturno de fechar os olhos.
Excerto do livro O SORRISO AOS PÉS DA ESCADA, DE Henry Miller
Ilustrações de Frederico Rocha
Fotografia de Marcel Marceau
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
O sofrimento que atravessa dolorosamente os nossos dias...
Hoje o tema da Antena 1 tem sido dedicado `a ansiedade e depressão entre crianças e jovens...
Pela manhã. os testemunhos de pessoas ligadas à Sociedade de Saúde Mental impressionaram-me. Eu que vivi profissionalmente 30 anos entre crianças, tive vivências dolorosas, mas felizmente em quantidade limitada. Problemas em família e sociedade, sempre os houve.
Hoje , veio-me mais uma vez á memória, a lembrança do pedopsiquiatra Professor Doutor João dos Santos e da sua Casa da Praia, que em 2013, completaria 100 anos e cuja exposição visitei na Biblioteca Nacional.
Para mim, as suas conversas nos anos 80 na Antena 1 com João Sousa Monteiro e o suplemento do JL, Jornal da Educação , eram homilias semanais e quinzenais.
Também, duas semanas seguidas, o P2, publicou dois interessantes textos saídos na revista Time, de alguém que odeia sofrer de "ansiedade" e da afetação da mesma em casos agudos e hereditários que tal doença provoca.. Espantei.
Vou deixar o último artigo AQUI convosco e também a lembrança de João dos Santos, AQUI.
(o Jornal Público não me deu acesso ao link... Pena)...
Pintura de Sarah Affonso, "As Meninas"
Pela manhã. os testemunhos de pessoas ligadas à Sociedade de Saúde Mental impressionaram-me. Eu que vivi profissionalmente 30 anos entre crianças, tive vivências dolorosas, mas felizmente em quantidade limitada. Problemas em família e sociedade, sempre os houve.
Hoje , veio-me mais uma vez á memória, a lembrança do pedopsiquiatra Professor Doutor João dos Santos e da sua Casa da Praia, que em 2013, completaria 100 anos e cuja exposição visitei na Biblioteca Nacional.
Para mim, as suas conversas nos anos 80 na Antena 1 com João Sousa Monteiro e o suplemento do JL, Jornal da Educação , eram homilias semanais e quinzenais.
Também, duas semanas seguidas, o P2, publicou dois interessantes textos saídos na revista Time, de alguém que odeia sofrer de "ansiedade" e da afetação da mesma em casos agudos e hereditários que tal doença provoca.. Espantei.
Vou deixar o último artigo AQUI convosco e também a lembrança de João dos Santos, AQUI.
(o Jornal Público não me deu acesso ao link... Pena)...
Pintura de Sarah Affonso, "As Meninas"
sábado, 15 de fevereiro de 2014
Leituras breves... e o fim de semana possível
Teresinha Rosa já passava dos sessenta quando a vida lhe armou um campo de batalha e ela tomou o gosto ao pelejar. Atravessara até então os tempos - primaveras rosadas, invernias, sufocações de verão, tremores de outono - em perfeita harmonia com as coisas, como um madeiro a passear-se na corrente, abandonado às águas, prazenteiro, divertindo-de até com algumas topadas em bicos de rochedo. Era uma dessas raras culturas capazes de encontrar num ninho ou num rebento motivo para horas, dias, meses de uma incompreensível alegria. E mesmo nos desgostos carregava um tal deslumbramento no olhar; uma tal inocência e um tal espanto surgiam por detrás do véu das lágrimas que todos comentavam com inveja - alguns em confusão de escândalo e piedade - o quão eram felizes os pobres de espírito, coincidentes, por subtis desígnios, com os pobres do corpo, as mais das vezes....
Nunca foi bela. Mas trazia em si um excesso de vida, um dom animador que entrava pelas veias e a fazia necessária como um vinho, um discreto vapor euforizante. As visitas da casa ansiavam, mudamente, por que fosse Teresinha a abrir-lhes a porta e a reconduzi-la à saída.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Chove e a noite caiu sobre mim...
"Umbrella", de Marc Chagall
As coisas mais simples, ouço-as no intervalo
do vento, quando um simples bater de chuva nos vidros rompe o silêncio da noite, e o seu ritmo
se sobrepõe ao das palavras.
Nuno Júdice, Poema
do vento, quando um simples bater de chuva nos vidros rompe o silêncio da noite, e o seu ritmo
se sobrepõe ao das palavras.
Nuno Júdice, Poema
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