Não é fácil entre dois – rotinas, segredos e angústias são matéria que apenas a um deveria pertencer. Quase nunca sucede. Crescemos na ideia de que o amor é a junção de dois, um equívoco que nos faz falhar. Construir o que é comum pressupõe a soma dos dois, não a sua fusão. Isso, quando temos sorte, acontece na cama e não fora dela. Tentemos então seguir um com o outro na vida tal como ela é, e um no outro na absoluta intimidade. Mas nunca te esqueças de que a plenitude não se faz da superfície – a pessoa que tens ao lado é o que vês e o que guarda dentro de si, faz amor com ela completa e não te contentes com a metade que te mata a fome.
Retirado de SÓ ENTRE NÓS, de Luís Osório