sexta-feira, 29 de junho de 2012

Fim de festa... Os santos nem sempre estão de feição

SÃO PEDRO


 Tu que Diabo?, és velho.
És o único dos trez qe traz velhice
Ás festas. Tuas barbas brancas
Têm comtudo um ar terno
A que o teu duro olhar não dá razãp.
Parece que com essas barbas brancas
Por um phenomeno de imitação
Pretendes ter um ar de Padre Eterno.

Carcereiro do ceu, isso é o que és.
Basta ver o tamanho d' essas chaves - 
As que Roma cruzou no seu brasão.
Segundo aquelle passo do Envangelho
Do " Tu és Pedro" etcetera (tu sabes)
Que é afinal uma fraude
Meu velho, uma interpolação.




Carcereiro do ceu, que chaves essas!
Nem dão vontade de ser bom na terra,
Se, segundo evangelicas promessas
Vamos parar, ao fim, a um ceu claustral.
Isso - fecharem-me  - não quero eu,
Nem com Deus e o que é seu
Que o estar fechado faz-me mal
Até na beatitude do teu ceu,
Entre os santos do paraíso,
(A liberdade - Deus dá a Deus -
Um Deus que não sei se é o teu),
O estar fechado, aqui ou alli, dizia eu
Faz-me terríveis cocegas no juizo.


...
...
OS SANTOS POPULARES, de Fernando Pessoa, escritos a 9 de Junho de 1935


Respeitei a ortografia usada na época.


Bonecos de Rosa Côta, barrista de Barcelos

Os biliosos do jornalismo... e não só...

A minha amiga Marisa, cumprimentou-nos via FB com este post matinal que passo a transcrever.
  • BOM DIA GENTE AMIGA!
    QUE O VOSSO DIA SEJA A CORES, NÃO A PRETO E BRANCO! TALVEZ SE COMECE PELAS NOTÍCIAS OU TALVEZ SEJA MELHOR NEM COMEÇAR POR AÍ, DOS JORNAIS ESCORRE SANGUE E BILIS! UM CAFÉ SIM, PARA MIM É ESSENCIAL!! E VAMOS VIVER QUE SE FAZ TARDE!
    !

Pois de bílis , fel e vinagre e... enormes azias anda por aí muita boa gente empaturrada.
Não há sanitas nem sacos de plástico que lhes valha.
Hoje, mais um venenoso que por aí pulula,   despeitado, racista intelectual , cujo direito de escrever o que escreve , poderá ser o pluralismo muito relativo do Jornal Público e o país ainda com laivos de democracia em que vivemos... 
Refiro-me a JMF, antigo diretor do Público, cuja opinião desrespeitosa á cerca de António Hespanha e da sua subscrição ao bem aparecido movimento" manifesto por um futuro decente", toca as raias da inveja intelectual de uma das melhores cabeças que este país pode possuir. Apelidou-as de "transfugas e luminárias".
Não sei se a superioridade intelectual de AH o levará a não responder a tal ataque à sua pessoa.
Contudo, se o fizesse, seria um exercício de estilo bem pensante e humorado , muito à sua maneira.
Não há Kompensan que resista a fígados tão estragados...



Leituras...


Dai-me o sol das águas azuis e das esferas
Quando o mundo está cheio de novas esculturas
E as ondas inclinando o colo marram
Como unicórnios brancos.

Sophia de Mello Breyner Andresen/Yvonne van Woggelum

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Bom jogo... e que ganhe Portugal....



O futebol era uma das paixões de Jorge Amado. E esse amor rendeu um belo livro infantil, “A bola e o goleiro”, escrito em 1984. O romance fala sobre Fura-Redes, a bola que era a alegria dos artilheiros. Com ela, os jogadores faziam gols sensacionais e inesquecíveis. Os locutores também ficavam enlouquecidos ao narrarem seu percurso. A habilidade para balançar a rede deu-lhe vários apelidos, tais como Esfera Mágica, Goleadora Genial, Pelota Invencível e Redonda Infernal.

Totalmente imparcial, Fura-Redes não privilegiava nenhum time. Queria apenas proporcionar gols e mais gols. Jamais permitia um zero a zero nas partidas que participava. Até que conheceu o goleiro Bilô-Bilô, também conhecido como Cerca-Frangos, Mão Podre, engolidor de francos. Nem precisa dizer que era o desastre do desastre entre os goleiros. Contudo, o inesperado aconteceu. Ao ver Bilô-Bilô com sua camisa cor de caramelo, Fura-Redes se apaixonou. Perdidamente. Tudo o que queria era alinhar-se nos braços do seu amado. A partir daí, por mais que continuasse atuando da mesma forma, Bilô-Bilô não viu mais nenhuma bola entrar no “arco” que guardava. Defendia todas as jogadas. Todos os lances iam direto para suas mãos. Passou a ser chamado de Pega-Tudo e virou celebridade internacional.

Mas chega o dia em que o Rei do Futebol vai tentar seu milésimo gol. E quem entrará em campo junto com o time do melhor jogador do mundo? Bilô-Bilô e Fura-Redes, com certeza. O que será que vai acontecer? O livro foi publicado também em Portugal e ganhou versões em inglês, francês e alemão. A primeira edição, que é a que eu tenho (capa abaixo), traz ilustrações de Aldemir Martins. Boa história, com final que representa a inocência infantil.




 Adenda - Este texto foi tirado do blogue, Livros e Motivos. Também eu tenho a 1ª edição deste livros e de outros absolutamente deliciosos, adaptações de autores clássicos a livros para crianças/adultos.  São ao todo 17 as estórias editadas pela extinta editora CONTEXTO& IMAGEM.

Portugal tem de ser qualquer coisa de asseado

terça-feira, 26 de junho de 2012

Os primeiros mergulhos... mas matinais


Hoje, o calor misturado com a brisa matinal, num sol que mal se deixava ver, fizeram-me recuar a outros momentos de ouro , em outras praias ou mesmo por esta minha, aqui à porta de casa.
Há privilégios que nos acompanham desde a nascença e este é um dos que tenho. Sempre com mar à vista e vista de mar.


(imagem surripiada a Simão Rubim-Gorjão)

domingo, 24 de junho de 2012

Conversas de S. João...

Fui ontem a uma loja de uma operadora de telemóveis.
Um jovem simpático e bonito agradeceu-me o ter entrado para um negócio a fazer pois assim
ficou liberto de um senhor de idade indefinida, que segundo ele,  o estava a massacrar com coisas que não eram do tempo dele… Que até ainda tinha nascido...
Perguntei qual era o assunto. Calcule que era sobre o 25 de Abril, respondeu-me o jovem. Ainda por cima já tinha aprendido algo na escola primária.
 Ataquei, dizendo que numa primária, o que se fala do assunto, nunca é o suficiente e um pouco abstrato para a idade.
Aconselhei-o que nunca era de mais ouvir os mais velhos falar de tal assunto, momento histórico importante na vida dos portugueses.
O vendedor era comunicativo. Idade, 20 anos. Disse que estava ali em part time e que cumpria o seu sonho de ter entrado no Conservatório, na área do Teatro, pois quer  ser professor da dita área. Os seus objetivos eram definidos e gostava de os cumprir junto dos pais. Enquanto pedagoga ou como mãe…. dei-lhe uns conselhos. É importante ler, ler muito e variado, que um professor de Teatro teria que ter uma vasta cultura…
Fomos finalizando o negócio, fiquei encostada ao balcão a acertar a hora e data do portátil e disse-lhe:
 - Olhe, hoje é véspera de S. João.
- O que é isso? – Questionou.
_Amanhã é dia de S. João.
- Nunca ouvi falar e eu até trabalho…
- Pois trabalha. Mas no Porto, Braga, Figueira da Foz e outras cidades não se trabalha. É feriado municipal como o S. António o é para nós.
-Ah! Não sabia…
- Pois então fique sabendo… Se tivesse sido aluno da professora Ana, de certeza que sabia tudo sobre os nossos santinhos populares. Ou então não. Pois S. João e S. Pedro já vos apanhava em período de férias.
Saí sorridente pelo simpático atendimento e vontade de falar deste belo jovem mas apreensiva com o candidato a professor de Teatro que poderá sair pela culatra a outros jovens.
Resta a esperança das aprendizagens académicas e de vida.
Um dia se subir ao Porto ficará logo a saber o que é o S. João, dia que se festejou  hoje.

Nelson Schwenke (1957- 2012)


E, veio me à  memória o meu querido amigo Renato Pavel , refugiado chileno , que alguns anos viveu e morreu no nosso país, e também de desastre de automóvel como  Nelson Schwenke.
Era pintor,  e lutador também.

Notícia na noite... onde já é outro dia

         Retrato de Anna Akhmalova, 1914, de Altman Nathan (1889-1970)

Não conhecia esta pianista francesa, Brigitte Engerer, que deixou de fazer parte do planeta azul.... AQUI

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O Fado no cinema (2) e... bom fim de semana



O Destino Marca a Hora
Drama a preto e branco

Realizaçõa de Henrique Campos (1903-1983)
Música de João Nobre
Estreia a 11de Fevereiro de 1970


O Fado no Cinema - exposição (1)

    
Um de dois trabalhos magníficos de Manuel João Vieira feito para esta exposição com base nos antigos cartazes que existiam no cinema Condes

terça-feira, 19 de junho de 2012

ROBERT LAMOUREUX l'éloge de la fatigue

" o auto elogio é o desespero de uma pessoa incapaz"... nem que seja por pura questão de personalidade *

O auto-elogio...

O elogio deixa as pessoa decentes contrafeitas, enquanto o auto-elogio deixa todas as pessoas sérias boquiabertas. O elogio não desagrada, mas provoca no elogiado o senso crítico. Embora se sinta gratificado, ele sabe que poderia fazer melhor - e sente o peso dessa responsabilidade.
O auto-elogio é o substituto do elogio que não aconteceu. É a mentira computada sem pejo. É a agressão à capacidade crítica dos que a tudo assistem e que conhecem a realidade. É o atestado de ignorância, pois equivale a dizer: "Como VExa. não sabe avaliar, avalio por si. E a verdade é esta, sou bom e faço o melhor!". É menosprezo pela inteligência alheia.
Imagino poder estar correto, pois o auto-elogio dificilmente é proferido em diálogo com quem conhece bem o descarado. O auto-elogio é proferido perante quem é “de fora”, de longe ou recém-chegado. É a tentativa de impor uma imagem distorcida, antes que o outro compreenda e constate por si mesmo a realidade efectiva.
O auto-elogio é desespero de uma pessoa incapaz...
Ou será que me engano?

Publicado por Morpheu (in Google)

* e... por muitos problemas mal resolvidos . É a vida.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Andrew Bird - Souverian - Cemetary Gates

Há sempre uma ironia da vida que nos conduz até O'Neill (reticências)


Divertimento com sinais ortográficos de O'Neill

...

 Em aberto, em suspenso
Fica tudo o que digo.

E também o que faço é reticente...

:
Introduzimos, por vezes,
Frases nada agradáveis...

.
Depois de mim maiúscula
Ou espaço em branco
Contra o qual defendo os textos

,
Quando estou mal disposta
(E estou-o muitas vezes...)
Mudo o sentido às frases,
Complico tudo...

!
Não abuses de mim!

?
Serás capaz de responder a tudo o que pergunto?

( )
Quem nos dera bem juntos
Sem grandes apartes metidos entre nós!

^
Dou guarida e afecto
A vogal que procure um tecto.


In, POESIAS COMPLETAS
Assírio e Alvim

A propósito de um comentário malévolo... no post anterior*

Reticências

 Arrumar a vida, pôr prateleiras na vontade e na acção.



Quero fazer isto agora, como sempre quis, com o mesmo resultado;


Mas que bom ter o propósito claro, firme só na clareza, de fazer qualquer coisa!


Vou fazer as malas para o Definitivo,


Organizar Álvaro de Campos,


E amanhã ficar na mesma coisa que antes de ontem — um antes de ontem que é sempre...


Sorrio do conhecimento antecipado da coisa-nenhuma que serei.


Sorrio ao menos; sempre é alguma coisa o sorrir...


Produtos românticos, nós todos...


E se não fôssemos produtos românticos, se calhar não seríamos nada.


Assim se faz a literatura...


Santos Deuses, assim até se faz a vida!


Os outros também são românticos,


Os outros também não realizam nada, e são ricos e pobres,


Os outros também levam a vida a olhar para as malas a arrumar,


Os outros também dormem ao lado dos papéis meio compostos,


Os outros também são eu.


Vendedeira da rua cantando o teu pregão como um hino inconsciente,


Rodinha dentada na relojoaria da economia política,


Mãe, presente ou futura, de mortos no descascar dos Impérios,


A tua voz chega-me como uma chamada a parte nenhuma, como o silêncio da vida...


Olho dos papéis que estou pensando em arrumar para a janela,


Por onde não vi a vendedeira que ouvi por ela,


E o meu sorriso, que ainda não acabara, inclui uma crítica metafisica.


Descri de todos os deuses diante de uma secretária por arrumar,


Fitei de frente todos os destinos pela distração de ouvir apregoando,


E o meu cansaço é um barco velho que apodrece na praia deserta,


E com esta imagem de qualquer outro poeta fecho a secretária e o poema...


Como um deus, não arrumei nem uma coisa nem outra...






Álvaro de Campos, in "Poemas"


Heterónimo de Fernando Pessoa

* (porque há gente muito feia... tão feia interiormente que ofusca qualquer laivo de beleza que tenha existido nas suas vidas).

domingo, 17 de junho de 2012

Paris visto do céu...

Por Yann Arthus-Bertrand, Paris vue du ciel

"Aquilo que nós mesmos escolhemos é muito pouco: a vida e as circunstâncias fazem quase tudo"
Jonh R. R. Tolkien
Escrito na Pedra, hoje, no Público

sábado, 16 de junho de 2012

Momentos de ouro...


15 000 Harley Davidson a desfilar na nossa linda Marginal não é coisa que se esqueça....
Vai-se da nostalgia ao momento presente que durará até amanhã.
É tudo um conceito de vida de enorme maturidade e algum dinheiro.
Cascais jamais irá esquecer este evento. Eu , como faço parte da mobília,  também não.
Há 40 anos também fui pendura de uma bela mota , uma HONDA 500, que aqui na mesma marginal, deslizou na "módica" velocidade de 150 km/h....
Outros tempos, outras loucuras numa estrada com trânsito reduzido. Mas a adrenalina dos 20 anos estava lá  e a  segurança do motoqueiro poder-nos-ia ter levado até ao deserto da loucura de bem viver...

Bom fim de semana ... muita coisa para ver e fazer, mas sempre com música


sexta-feira, 15 de junho de 2012

A companhia ideal... quando o ruído nos incomoda

Cheguei a casa vinda de Lisboa por volta das 23h. Sentei-me à mesa para  um jantar ligeiro. Quis ouvir notícias. Nos 4 canais de referenca noticiosa passavam as NOTÍCIAS DO EURO.
E, de repente , tive uma enorme saudade do barulho do mar....

Fotografia de João Viana, Ondas do mar na Figueira da Foz, esta semana

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Aos "Antónios" do meu país... Os verdadeiros, claro*

                                            Barro de Mistério, Santo António

(...)
És este, e este és tu, e o povo é teu-
O povo que não sabe onde é o céu,
E nesta hora em que vai alta a lua
Num placido e legitimo recorte,
Atira risoa naturais à morte,
E cheio de um prazer que mal é seu,
Em canteiros que andam enche a rua.


Sê sempre assim, nosso pagão encanto,
Sê sempre assim!
Deixa lá Roma entregue à intriga e ao latim,
Esquece a doutrina e os sermões.
De mal, nem tu nem nós mereciamos tanto.
Foste Fernando de Bulhões,
Foste Frei António -
Isso sim.
Porque demónio
É que foram pregar em santo?


De Fernando Pessoa, in Os Santos Populares

*(porque andam por aí umas falsificações...:))"

terça-feira, 12 de junho de 2012

Para ver e ouvir... Patio da Galé, Praça do Comércio, nesta Lisboa que eu amo...

Nossa, a Praça do Comércio está linda...
Sempre sonhei com ela como está durante os breves almoços ou longos lanches, no Martinho da Arcada, ou a descida diária do Castelo para o Cais do Sodré,  onde o sofrimento com a poluição sonora e não só, me fizeram antever que,  o que está hoje,  poderia vir a acontecer...
Et voilá...
No verão, no Pátio da Galé, fomos presenteados com uma bela exposição da Pintura no Fado.
Desde ontem, acontece que pode ser vista uma nova exposição sobre o Fado, mas no cinema. É comissariada técnicamente pelo mesmo artista plástico, António Viana. Logo, sinónimo de qualidade.
Breve irei ver.
Espreitar AQUI

domingo, 10 de junho de 2012

sábado, 9 de junho de 2012

Bom fim de semana.... fiquem com a poesia de Joaquim Namorado

E, ontem, ao falar de tertúlia na Brasileira, em Coimbra, um dos provocadores nato, era o meu querido E SAUDOSO amigo Joaquim Namorado.
Viviamos as nossas vidas entre Coimbra e Figueira. Nesta última,  ele assentava arraiais para ganhar a vida com as explicações de Matemática a alunos que faziam exame de admissão à faculdade, em Setembro e passavam as férias na Figueira. Aqui, nos intervalos vivíamos momentos de conspiração, comiamos, bebíamos e conversávamos muittttttttoooo.....
Eu era uma adolescente e por perto dele me fiz uma mulher.
A mulher de Joaquim, cujo nome me passou de memória neste momento, era uma doce senhora e plena de paciência....


FÁBULA
No tempo em que os animais falavam.
Liberdade!
Igualdade!
Fraternidade!

MILAGRE

Onde o santo punha o pé nasciam rosas

... e o povo lamentava
que não fizesse o mesmo com as batatas.

De Joaquim Namorado, in INCOMODIDADE , 1947


"Joaquim Namorado", óleo de Mário Dionísio, 1952

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Pequenas viagens mas plenas de ternura... e recordação.


Esta urze ou torga, foi plantada por Miguel Torga quando foi viver para esta casa, situada nos Olivais, em Coimbra.
É da família das Ericáceas, nasceu de modo espontâneas em Portugal, também conhecidas por quiroga, torga ordinária, torgão, torgueira, urze-branca. Da sua raíz fazia-se o carvão.
De Miguel Torga, e seu habitat natural, só conhecia o seu consltório para onde o via entrar qando eu ía tertuliar para o café" A Brasileira."


"Que belo é ter um amigo! Ontem eram ideias contra ideias. Hoje é este fraterno abraço a afirmar que acima das ideias estão os homens. Um sol tépido a iluminar a paisagem de paz onde esse abraço se deu, forte e repousante. Que belo e que natural é ter um amigo!"
Miguel Torga

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A arte e as palavras de Nadir Afonso

 O homem volta-se para a geometria como as plantas se voltam para o sol: é a mesma necessidade de clareza e todas as culturas foram iluminadas pela geometria, cujas formas despertam no espírito um sentimento de exactidão e de evidência absoluta.

Nadir Afonso

Para começar o dia....

terça-feira, 5 de junho de 2012

As palavras dos outros...

O grande drama não é escolhermos o Bem e virarmos as costas ao Mal. Isso era demasiado fácil – um pouco como amar os nossos filhos ou preservar o que julgamos que a nós pertence. O desafio é percebermos os disfarces de quem e do que nos surge ao caminho. E estar atento ao que em nós é máscara. Transformamos como ninguém o Mal em algo que justificamos como Bem, chegamos até a convencer-nos do que dizemos. O Mal e o Bem. Por isso fujo da perfeição. E da Beleza, quando é asfixiante e absoluta. Os anjos não poderiam ser assim

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Leituras breves...


O pintor e o seu público
São os bons pintores que fazem os bons marchands, mas são os bons marchands que fazem o bom público, dizia Kahnweiler. Picasso sempre respeitou o seu público, mas também sempre sentiu a necessidade de perturbá-lo. Para ele, tal como o escritor, o pintor deve ser um inquietador. Resumia esta opção dizendo que não fazia pintura para a sala de jantar.
In, Picasso por Picasso, Contexto Editora

sábado, 2 de junho de 2012

Bom fim de semana....

Luís de Camões....

E... Coimbra tem mesmo encanto  na hora da despedida... Mas Senhor, a Quinta das Lágrimas é de estar, passsear e chorar por mais...