quinta-feira, 24 de julho de 2014

olhares e pensares....



Esta pequena viagem começa AQUI, mas há aqui também um importante apeadeiro....
"Porque, enfim, para quê o viajar? Todos os filósofos e donos de hotéis são unânimes em dizer que se viaja para ver o que há de interessante no Mundo. Ora, no Mundo, só há de interessante, verdadeiramente, o Homem e a vida. Mas para gozar a vida duma sociedade não é mais do que uma sucessão de figuras sem significação que nos passa diante dos olhos: Quando falo de sociedade não me refiro aquela que vem no "High Life" do Ilustrado: refiro-me às Sociedades, no plural e com S grande. "

Eça de Queirós

quarta-feira, 23 de julho de 2014

terça-feira, 22 de julho de 2014

sábado, 19 de julho de 2014

Parece que Deus não quer...

Para Israel, a paz, só nos cemitérios.
Um filme de 2011. A matança continua. 
Um filme pesado mas muito bom. Premiado no festival de Veneza.
THE BREAK, FROM THE SERIES UPEKKHA, 2011Laz egipcia Nermine Hammam transporta a escenarios fantásticos a los soldados y policías que participaron en la represión de la primavera árabe (© V&A. Art Fund Collection of Middle Eastern Photography at the V&A and the British Museum)


Fim de semana possível.... O mundo está confuso....


ESPERANÇA -West Virginia Living Room, 1935. Os personagens de Evans preservam no fundo dos olhos a crença em dias melhores, como nesta irónica contraposição entre um menino e anúncios publicitários.  (foto de cima)

sexta-feira, 18 de julho de 2014

João Ubaldo Ribeiro (1941- 2014)

"A arte é uma forma de conhecimento."

"Quem peca é aquele que não faz o que foi criado para fazer."

"Não estou preocupado em conhecer os novos autores, esses que vão surgindo agora. Já li muito no passado, está bom."

""Quanto mais coroa fico, mais vou sentindo frio."

"Um romance são tantos romances quantos forem seus leitores."

"Duvido muito que um sujeito leia um livro cheio de hiperlinks. Não acredito na praticidade dessa mecânica do computador."

"Já estou chegando, ou já cheguei, à altura da vida em que tudo de bom era no meu tempo."

"Em tese, somos capazes de nos apaixonar por tantas pessoas quantas sejamos capazes de lembrar, o limite é este, não um ou dois, ou três, ou quatro, ou cinco, ou dezassete, todos esses números são arbitrários, tirânicos e opressores."

terça-feira, 15 de julho de 2014

Nós, os vivos" ou os mortos vivos...





Durante algum tempo, a artista, Ana Teixeira, paulista, desenhou pessoas que descobria dormindo em espaços publicos. Entretanto, a artista decidiu explorar o avesso do sono e retratar pessoas acordadas como se os personagens de trabalhos anteriores de repente acordassem e se descobrissem patéticos em meios no seu quotidiano. Assim, nasceu, a série :"Nós, os vivos".

Alguém se encontrará por aqui?

sol, sol, sol e muito amor... vida

Vladimir Kush, Sunrise

sábado, 12 de julho de 2014

Sonoridades de fim de tarde...

Aqui
As minhas fotografias


Ontem, escadas.
Hoje, portas, as mais bonitas do mundo.
Amanhã, quem sabe?  Janelas.
E o meu olhar divide-se na forma de olhar o mundo
entre portas e janelas, umas fechadas outras abertas,
outras, nem tanto assim...

~~~~~~ ~~~~~~ ~~~~~~ ~~~~~~ Entretanto,
AQUI, algumas portas, portuguesas, com certeza, entre as mais belas do mundo.


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Bom fim de semana . O olhar dos outros, com arte...


Trabalho de Aida Muluneh
A pintora escolheu para representar O Inferno, numa exposição temática, uma mulher etíope como modelo, Salem.  Pintou-lhe o corpo de branco, porque para a artista, viver numa cidade a que se chamou Addis Ababa, não é preciso muito para fantasiar uma ida para o Inferno...

Exposição A DIVINA COMÉDIA, Céu, Purgatório e Inferno, de Artistas Contemporâneos Africanos em Frankfurt.




quinta-feira, 10 de julho de 2014

Hoje dou-vos um verso...

Les Clés du Paradis -(Jouir, Combattre, Désirer), de Hassan Musa,tríptico 

Entre nós e as palavras, os emparedados,
e entre nós e as palavras, o nosso querer falar

Mário Cesariny, You Are Welcome to Elsinore

terça-feira, 8 de julho de 2014

uma beleza vertiginosa


Para continuar a ver AQUI

Cinema em casa... Uma belíssima escolha

Escrito e dirigido por Giuseppe Tornatore, Baarìa - A Porta do Vento é um filme autobiográfico, uma saga épica sobre a vida e a morte, amor e ódio, que acompanha 40 anos de história em uma vibrante cidade siciliana durante a primeira metade do século 20. O filme segue a vida de Peppino Torrenuova, desde sua infância como um filho problemático na década de 30, passando pela Segunda Guerra Mundial e o autoritário regime fascista, até seu romance proibido e casamento com a bela Mannina, que culmina em uma tumultuada vida política ao ingressar no Partido Comunista Italiano. Uma jornada cheia de emoção, nostalgia, alegrias e tragédias em um mundo tão distante do nosso, porém tão próximo.

Não adormeças...

Pintura Erótica de Fernando Botero
Não Adormeças

Não adormeças: o vento ainda assobia no meu quarto
e a luz é fraca e treme e eu tenho medo
das sombras que desfilam pelas paredes como fantasmas
da casa e de tudo aquilo com que sonhes.

Não adormeças já. Diz-me outra vez do rio que palpitava
no coração da aldeia onde nasceste, da roupa que vinha
a cheirar a sonho e a musgo e ao trevo que nunca foi
de quatro folhas; e das ervas mais húmidas e chãs
com que em casa se cozinhavam perfumes que ainda hoje
te mordem os gestos e as palavras.

O meu corpo gela à mingua dos teus dedos, o sol vai
demorar-se a regressar. Há tempo para uma história
que eu não saiba e eu juro que, se não adormeceres,
serei tão leve que não hei-de pesar-te nunca na memória,
como na minha pesará para sempre a pedra do teu rosto
se agora apenas me olhares de longe e adormeceres.

Maria do Rosário Pedreira

domingo, 6 de julho de 2014

Tempos houve em que se ía num estantinho a Londres...
Se eu pudesse, ia por umas coisas e também por outras... Aqui

Retrato de Virgnia Woolf pintado por sua irmã,

sábado, 5 de julho de 2014

Galgar com tudo por cima de tudo! Hup-lá!*


*Álvaro de Campos- Ode Triunfal

Primeiro enxuguei os olhos
Depois molhei os pés...
Os olhos espelho de ?
Ti? Mim?
Nem sim nem nim.

 Sophia escreveu.

O que eu queria dizer-te esta tarde
Nada tem de comum com as gaivotas.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Para Majo e pela sua dedicação diária... :)

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Leituras breves ou nem tanto assim... Bom fim de semana aos passantes

«Hoje, se queremos perceber para onde queremos ir não é necessário olhar para a política, mas sim para a arte. Sempre foi a arte que indicou, com grande
antecipação e clareza, o rumo que o mundo ia tomando e as     grandes transformações que se preparavam. É mais útil entra num museu do que falar com cem políticos de profissão. Actualmente, a história, tal como a arte nos ensina, está a pós-modernizar-se.»


... «Como a arte pós-moderna nos ensina, talvez nos pudéssemos aperceber de que há espaço para todos e de que não há pessoas com mais direito à cidadania do que outras»



Excerto do livro, Os Cínicos Não Servem Para Este Ofício, Conversas Sobre o Bom Jornalismo de 

Ryszard Kapuscinski

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Sophia, eterna.

"Quando a Arte não é livre o povo também não é livre. Onde o artista começa a não ser livre o povo começa a ser colonizado e a justiça torna-se parcial, unidimensional e abstrata. Se o ataque à liberdade cultural me preocupa tanto é porque a falta de liberdade cultural é um sintoma e significa sempre opressão para um povo inteiro", escreveu  Sophia de Mello Breyner.

Carta, com atraso, ao Chico Buarque... Nós por cá pouco bem...



Entro aqui quase sambando
Oiço “quem te viu e que te vê”.  Continuo em festa pá… , e de que maneira...
Rosângela Rennó, Morena de Angola
Sabias querido Chico, que continuo a parabenizar-te e com alegria e partilha do Livro que um dia deste à septuagenária senhora minha Mãe, tua vizinha do 8º , lá no prédio mais alto do Alto Leblon, onde depois da partida do meu pai passava temporadas?
Hoje está com 86 anos e tu com 70. Sempre são 16 anos de diferença.
Sei que vocês os dois saíam à mesma hora para a passeata no calçadão. Cruzaram-se, olharam-se e tu na tua timidez meteste conversa com a “portuguesa com certeza” como tu lhe chamaste. Ela não era garota de Ipanema, mas era e é muito bonita.
Um dia atrapalhaste-me a Mãe. Telefonou-me aflita e meio envergonhada,  à socapa da tia Lúcia,  a verdadeira vizinha, com carácter de permanência  até ao seu último dia de vida.
O Cio da Terra, de Ricardo Leite 
Quando me começou a contar o presente que de ti tinha recebido, antes de chegar ao fim , fiquei com medo que a tivesses paqueirado… e eu a ficar roída de pena (?) pois pensava e com razão,  que eu estava mais adequada para ti…
Tinha então recebido da tua parte um presente de fim de ano. O Famoso 1999/2000.
Um belíssimo catálogo editado com as tuas canções a que artistas deram a sua cor e imagem segundo as suas interpretações.
O que me pedia a minha Mãe?  Ela proverbial e bem falante e toda dada ao discurso directo e indirecto .  Ficou retraída e incumbiu-me de ser eu a fazer o cartão de agradecimento pois achava que não tinha gabarito para o POETA.
Acedi e com que prazer e com que rodeios como se tivesse sido eu a feliz contemplada …
Sei que  passou a minha sedutora prosa para uma papel que suponho perfumado.
Ganhei como prémio o catálogo e jurei que nunca este livro sairia cá de casa.
Eis, senão quando este fim de primavera, numa tertúlia que frequento te  foi dedicada uma sessão. Levei o teu presente comigo e dei a conhecer.
Um António já idóneo e promotor da sessão , que por acaso mora perto de mim, mostrou vontade em ver com mais atenção. Boazinha como não sabes que sou, emprestei o por dias… que levaram a mais de mês e meio…
Não te conto as minhas ânsias e agonias por tal ausência e que deu azo às especulações
possíveis com um material daquele gabarito com dedicatória e tudo.
Hoje está comigo depois de ter metido terceiros ao barulho. Por isso só hoje te parabenizo como sempre sonhei.
Anos mais tarde foi a minha vez de te encontrar, estavas ali mesmo à mão, por baixo de ti… ( J). Eu no 8º e tu no teu recuado e 9º.   
De Marcello Serpa, Retrato em Branco e Preto
Não tantas vezes como a minha mãe e sem foros de grande cumplicidade encontramo-nos e desta vez fui eu que levei o teu livro LEITE DERRAMADO, edição portuguesa, e que “com certeza” gostaste de autografar.
Hoje, sei que estás noutro bairro que também é teu de eleição, só a tua” novel “ namorada por lá continua. A ti Lúcia morreu, eu penso continuar a ir para o Leblon, mas um pouquinho mais abaixo, não tanto como sonho e desejo, pois por lá estão os de sangue do meu sangue, que isto de emigrar , é tão velho como o Cabral ter chegado a terras de Vera Cruz… E , isto,  porque por cá, pá, não está tão bom como no tempo do cheirinho a alecrim. Manda tu daí um raminho…

SAUDADES.